Em uma decisão proferida em 13 de novembro pela Justiça Federal do Tocantins, a Arena Alto da Cruz – Esporte e Lazer, em Caxias, outrora utilizada para lavagem de dinheiro por uma quadrilha envolvida em tráfico e associação para o tráfico de drogas, teve seu destino redefinido. O sequestro do imóvel foi ordenado, e simultaneamente, foi autorizado o uso do espaço pelo 2º Batalhão de Polícia Militar do Maranhão, que pretende transformá-lo em um centro de treinamento e recreação.
Alvo da Operação Mormaço, iniciada em junho de 2021 pelo Grupo de Atenção Especial no Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do Maranhão, a propriedade era palco de uma movimentação de ativos que totalizava cerca de 90 milhões de reais, conforme revelaram investigações conjuntas com o Gaeco do Piauí, Polícia Civil do Maranhão e Instituto de Criminalística de Timon.
Após ser interditada e temporariamente liberada pelo Tribunal de Justiça a pedido do Gaeco do MPMA, a arena foi novamente fechada em 26 de abril de 2023, desta vez por solicitação da Polícia Federal, que identificou seu uso em lavagem de capitais por uma organização criminosa de alcance internacional.
Em resposta, Gaeco-MA e PF uniram esforços para conferir à arena uma destinação social, enquanto o processo na Justiça Federal de Tocantins segue seu curso. O 2º Batalhão da Polícia Militar de Caxias administrará o espaço.
O juiz federal Victor Curado Silva Pereira determinou o sequestro do bem e autorizou a fixação de placas na fachada da Arena Alto da Cruz para dar maior publicidade à medida de sequestro e à proibição de acesso. O Cartório de Registro de Imóveis de Caxias será notificado para efetivar a averbação do sequestro.
A Operação Mormaço, iniciada em 2020, expôs um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro envolvendo investimentos em agências de veículos, arenas esportivas e aquisição de imóveis pela organização criminosa. Durante a operação, três imóveis no bairro Parque Alvorada, em Timon, também foram sequestrados e destinados a uso social.