Guerra santa: rivalidade entre Eliziane e Mical escapa do altar para o palanque

No 1º Encontro de Mulheres Legisladoras, realizado nessa quinta-feira (29), o que deveria ser uma celebração da presença feminina na política maranhense virou palco de um constrangimento que diz muito mais do que parece.

As protagonistas do embate foram a senadora Eliziane Gama e a deputada estadual Mical Damasceno, ambas evangélicas, ambas filiadas ao PSD e, ironicamente, ambas representantes da mesma denominação religiosa. Mas bastou Eliziane cruzar o auditório Fernando Falcão, já com o evento em andamento, para que a temperatura política do ambiente subisse sem necessidade de microfone. Ao que tudo indica, Mical não foi sequer enxergada — quanto mais cumprimentada.

Vídeos que circularam nas redes sociais mostram claramente a frieza da senadora ao ignorar a presença de Mical. A reação da deputada foi imediata: comentários inaudíveis, mas com gestos e expressões que dispensaram tradução.

Logo em seguida, outro momento emblemático: Eliziane se dirige à parlamentar chamando-a de “De Deus, equilibrada”, numa frase que, embora revestida de suposta diplomacia, transbordava ironia. Mical, por sua vez, retrucou sem hesitar — também sem captar claramente no áudio o que disse, mas o recado foi entendido: não engoliu calada.

O mais curioso — ou preocupante — é que o episódio revela uma fissura mais profunda: uma espécie de hostilidade feminina velada, temperada por rivalidade política e disfarçada de conflito ideológico. E, com todo respeito ao contexto, usando um dito popular do povo maranhense, para Eliziane, Mical parecia estar com a peste.

Há quem diga que o nervosismo de Gama não tem apenas nome, mas também prazo de validade. O cenário político atual, mesmo com o apoio de Lula, mostra que sua reeleição ao Senado é incerta, para não dizer improvável. A entrada de Mical no jogo político nacional, ainda que vista por alguns como folclórica, representa um incômodo real para Eliziane — e não é de hoje.

A impressão deixada nos corredores da Alema é clara: a senadora está acuada, insegura e — por que não dizer — desesperada. E quando até quem compartilha do mesmo púlpito começa a incomodar, é porque a base está rachando por dentro.

No fundo, o desprezo de Eliziane por Mical diz mais sobre o medo do que sobre diferenças ideológicas. Seria essa frieza toda porque Mical é bolsonarista? Ou porque, mesmo com um discurso menos polido, ela ameaça espaços que Gama acreditava ter por direito divino? Incoerente é pregar equilíbrio e respeito enquanto se cospe gelo em quem compartilha da mesma fé.

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