A aprovação de um projeto de lei pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), que proíbe o uso de celulares em escolas públicas e privadas a partir de 2025, trouxe à tona uma questão urgente: os riscos da internet para crianças e adolescentes.
De acordo com o levantamento TIC Kids Online Brasil (2024), realizado pela Unesco e Cetic.br, 93% dos brasileiros entre 9 e 17 anos usam a internet, totalizando 24,5 milhões de pessoas. Contudo, apenas cerca de 30% dos pais ou responsáveis utilizam ferramentas para bloquear conteúdos impróprios, limitar contatos ou monitorar o que os jovens acessam.
Riscos e impactos psicológicos
O ambiente online tem se tornado cada vez mais perigoso para crianças e adolescentes. Segundo o levantamento, 29% já passaram por situações ofensivas na internet, como ofensas e cyberbullying. A exposição constante a mensagens destinadas a envergonhar ou intimidar pode gerar sérios impactos psicológicos, incluindo baixa autoestima, ansiedade e até depressão.
“A internet é um espaço que pode ser tão perigoso quanto uma rua movimentada. Precisamos ensinar as crianças a navegar com segurança”, alerta Valdir Gugiel, diretor do Centro Marista de Defesa da Infância. Ele enfatiza que o uso inadequado da internet pode levar ao adoecimento físico e mental, além de expor os jovens a práticas abusivas.
Prevenção começa em casa
Para proteger crianças e adolescentes, especialistas recomendam ações práticas que começam dentro de casa:
– Monitoramento ativo: Utilize ferramentas de controle parental para filtrar conteúdos e limitar interações.
– Diálogo aberto: Oriente sobre os perigos do contato com estranhos e o impacto do uso excessivo das redes.
– Conscientização: Acesse conteúdos educativos junto com os jovens e discuta os riscos.
Cresce a exposição a ofensas online
Entre os jovens que enfrentaram situações negativas na internet, apenas 31% procuraram apoio dos pais ou responsáveis, enquanto 13% não relataram o ocorrido. Para Bárbara Pimpão, gerente do Centro Marista, o silêncio pode agravar os danos. “O cyberbullying é um problema sério e pode levar a consequências graves, como insônia, isolamento social e transtornos de saúde mental”, explica.