Lipoaspiração pode beneficiar mulheres com lipedema

O lipedema ocorre quase exclusivamente em mulheres. Mas também foi observado em homens com desequilíbrio hormonal ou doença hepática

A lipoaspiração melhora a qualidade de vida das mulheres com lipedema, de acordo com um estudo publicado no  Plastic and Reconstructive Surgery.

O lipedema (ou lipoedema) é uma condição crônica que causa um acúmulo anormal de gordura em áreas específicas do corpo. Essa gordura é acompanhada de retenção de líquidos e outras alterações que podem culminar no lipo-linfedema.

Indivíduos com lipedema são frequentemente diagnosticados erroneamente com sobrepeso ou a sua condição é confundida com uma condição de inchaço diferente, conhecida como linfedema. Mas o lipedema é uma condição distinta própria e não trivial. O lipedema é uma doença crônica e progressiva, com implicações únicas na saúde. Requer gerenciamento contínuo dos sintomas para aliviar o desconforto e impedir a progressão para estágios mais avançados, incluindo o lipo-linfedema.

“Uma paciente ‘típica’ de lipedema parece ter a parte inferior do corpo desproporcionalmente acima do peso em comparação com a parte superior. Mas as pacientes com lipedema nem sempre são ‘típicas’, e o acúmulo anormal de gordura é apenas o mais óbvio dos sintomas. Como é uma condição progressiva, os sintomas também pioram e mudam com o tempo”, afirma o  cirurgião plástico Ruben Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrada.

Entenda o estudo

Pesquisadores da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha, conduziram uma pesquisa on-line com 209 pacientes do sexo feminino (idade média, 38,5 anos) com lipedema submetidas à lipoaspiração tumescente para entender as experiências das mulheres com o início e a progressão da doença.

Os autores do estudo descobriram que a maioria dos participantes notou uma primeira manifestação da doença aos 16 anos de idade. O diagnóstico levou uma média de 15 anos. “A maioria das pacientes relatou que a lipoaspiração levou a uma redução significativa na dor, inchaço, sensibilidade e hematomas fáceis”, diz Ruben Penteado, que é membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

A prevalência de hipotireoidismo (35,9%) e depressão (23%) nessas pacientes foi superior à prevalência média na população alemã. As entrevistadas apresentavam uma baixa prevalência de diabetes tipo 1 (1,4%) e tipo 2 (1%). Quase um quarto das pacientes com lipedema teve um diagnóstico de enxaqueca (22,5%) e dois terços dessas entrevistadas (68,1%) disseram que a frequência e / ou intensidade dos ataques de enxaqueca diminuíram acentuadamente após a lipoaspiração.

“De acordo com os achados do estudo, a lipoaspiração produz efeitos positivos duradouros em pacientes com lipedema, levando a um aumento acentuado em sua qualidade de vida. A cirurgia não é solução definitiva e nem solução única para o problema. Assim como o tratamento clínico não é perfeito e nem definitivo. Os melhores resultados são obtidos ao fazer uma abordagem ampla. Portanto, serviços que disponham de fisioterapeuta, nutricionista, cirurgião vascular, cirurgião plástico e endocrinologista são os mais indicados”, destaca Ruben Penteado.

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