‘’MIDIÁTICO’’ na Pindoba: terreirão em festa!

O assunto desta semana deveria ser carnaval. Mas atrás dos blocos , escolas de samba e tribos de índios o mercado do bumba boi do Maranhão se movimenta com jogadas espetaculares.

Este articulista não poderia deixar passar em branco o que rola neste particular na Ilha do Amor. Uma grande surpresa nas transferências. Os cartolas , empresários, políticos, patrocinadores e dirigentes de agremiações do gênero estão agindo na calada da noite. Quem for podre que se quebre. Não há lugar para vacilão. Todos querem reforçar seus batalhões mas no mercado tem pouco medalhão para ser negociado.

Os ‘’Pindobeiros’’ já podem comemorar e cantar na sua própria casa a toada top da cultura popular maranhense com o autor da obra prima: ‘’SE NÃO EXISTISSE O SOL. COMO SERIA PRA TERRA SE AQUECER…’’. Uma espécie de hino popular do Maranhão que consagrou Chagas definitivamente como cantador no Batalhão pesado da Maioba . Ele agora é da PINDOBA. Na Maioba sai Jailson tido como grande promessa! Não se sabe o motivo e quem o substituirá.

Nascido no Povoado de Mamuna Município de Icatu no Maranhão, Francisco de Sousa Corrêa, ‘’o Chagas’’, seria mais um pescador se não fosse o seu talento se aguçar nos rios e mares que pescava e virar o grande símbolo da cultura maranhense.

Cantou a sua primeira toada no boi do Sítio do Apicum com 19 anos de idade. Foi um grande alvoroço na estreia pela juventude, talento e impetuosidade do cantador. Logo um olheiro o levou para o Boi da Maioba, onde era auxiliar de João Chiador e quando este foi para Ribamar assumiu a titularidade da cantoria por 25 anos quando foi também para Ribamar.

Ao lado das redes e anzóis sempre carregava na canoa o radinho de pilha para ouvir programas de bumba boi em São Luís. Seu fã predileto era o saudoso Humberto de Maracanã que o inspirou e naturalmente tornou-se o seu maior ‘’contrário’’ depois que o destino tirou Chiador da Maioba. Aliás , se não fosse o santo, os dois bairros já teriam guerreado pela pecha maldita de Ribamar sempre acolher em seu terreiro homens da magnitude de Chiador e Chagas, vindos da Maioba e sempre em meio a crises.

Certo dia Mamuna parou – disse Chagas. O pai dele trouxe Humberto para uma homenagem. ‘’Parecia inacreditável ver bem de perto aquele monstro sagrado das festas juninas cantar para nós’’. Só que guriatã não imaginava que aquele moleque invocado viria se consagrar um dia na Maioba e ousaria ‘’ cantar para ele como gente grande’’.

No ano passado ele passou pela Pindoba em um ensaio de boi e acabou sendo atraído pelo magnético ‘’terreirão’’ do Batalhão, viveiro onde já passou consagrados canários da cultura popular como Lelé e outros.

Vindo do outro lado da ilha, do Bairro do Maracanã, depois de uma jornada seletiva de toadas com o competente Ribinha guriatã, resolveu fazer uma inesperada escala na Pindoba e logo balançou o maracá numa histórica ‘’canja’’ que se materializou agora com a sua contratação definitiva.

Não se sabe ao certo se era premonição. Mas a toada que cantou com o batalhão que agora vai comandar foi a seguinte: ‘’ VIM DO MARACANÃ PRA CÁ , REPRESENTANDO O POVÃO DE RIBAMAR , A MINHA MEMÓRIA FOI DEUS QUE ME DEU, QUEM SABE UM DIA PINDOBA QUEM VAI TE COMANDAR SOU EU’’. Os deuses abençoaram e não é que o poeta estava certo.

O ano passado num período desse Helena Leite, entusiasta , competente radialista e presidente de honra do boi da Pindoba foi duramente surpreendida com a contratação de Marquinhos, seu titular absoluto pela Maioba do incansável José Inaldo. O ‘’tempo fechou’’. Helena não aceitava perder seu cantador da forma que perdeu.

Naquelas alturas Chagas estava sendo acusado de um crime hediondo que não cometeu. Foi injustiçado e quase marginalizado por uma sórdida trama. Ele foi inocentado com as provas da própria polícia. Tudo não passou de uma manobra criminosa para desmoralizar o folclorista de sucesso.

Enquanto isto a rainha do rádio (Helena Leite) saiu em socorro de Chagas e comprou a briga. Dizia todos os dias: ‘’CHAGAS NUNCA FARIA ISSO’’. E NÃO FEZ MESMO. Alguns ribamarenses arriscam chamar o seu ex cantador de traidor pela troca que fez, achando que tudo foi dinheiro. Mas na verdade ele foi justo com a sua ‘’madrinha’’ que sempre o defendeu e colocou a mão no fogo por ele publicamente nas ondas da Rádio Difusora AM.

Helena teve dois problemas a solucionar na época e teve êxito nas duas missivas: defender Chagas e substituir Marquinhos. Nesta semana ela está de peito lavado. Realizou um grande sonho de levar para os ‘’pindobeiros’’ um dos maiores cantadores de bumba boi do Maranhão para o ‘’terreirão’’. Mas no fundo mesmo , pelo que conheço de Helena, deve estar saboreando um ar de vingança com o rival Maioba que tirou Marquinhos do ‘’terreirão’’ num piscar de olhos. Nesse vai e vem a Pindoba ganhou. Ou não?

Chagas por onde passa deixa saudades. Até hoje os ‘’maiobeiros’’ choram a sua partida. Na verdade ele tinha a cara do Batalhão da Maioba: um batalhão pesado , de pegada, arrastador de povão e de estrondo. Ribamar também terra santa e de João Chiador, lamenta a sua saída meteórica. Mas o que interessa é que ‘’o midiático’’ agora é PINDOBA outro batalhão que vem subindo assustadoramente e que mantém uma estrutura de causar inveja e sem dúvidas será o maior de todos no Maranhão e merecidamente, porque o povo daquele terra merece o que é bom sem desmerecer seus atuais comandantes. E a comunicadora Helena Leite, considerada uma estrategista em contratação de grandes expoentes juninos não vai se acomodar com Chagas. Não percam por esperar!

MOZART BALDEZ
Advogado
Presidente do SAMA

3 Replies to “‘’MIDIÁTICO’’ na Pindoba: terreirão em festa!”

  1. GOSTEI DO TEU COMENTÁRIO, MEU AMIGO TATACO, ESPERO QUE CHAGAS CAPRICHE NAS TOADAS PARA PODER COMPETIR DE IGUAL PARA IGUAL COM O BATALHÃO DE OURO DO MARACANÃ.
    UM ABRAÇO DO SEU AMIGO: TARQUINIO AQUI EM BRASÍLIA, E MUITO SUCESSO AÍ NA ILHA.

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